Após um longo silêncio, ocorrido depois de um não tão longo arfar...
-Acabou...
-O quê?
-Acabou.
-O quê acabou?
Pergunta o homem nu, deitado na cama, à mulher nua, sentada na beirada da cama.
-O amor.
-Do que cê tá falando, Mariana?
-Você não me entende, não me ouve! Acabou o amor! Isso? Isso é só sexo, coisa mais animalesca. Não teve amor. Há tempos que percebo isso...
-Não foi bom pra você, é isso? Quer mais?
-Não tô falando disso, Jorge. O amor... Sabe? Aquela coisa de ter o coração acelerado, de olhos brilhando, de sorriros, de declarações, de velas, de risos e elogios. Cadê? Cadê tudo isso?
-Deixa de besteira. Vem deitar, tá tarde...
-Assim? Cadê a conversa?
-Que conversa, mulher?
-Esquece. Não quero mais. Acabou, não tem mais volta.
-Acabou o amor não, gata. Vem cá, vem.
-Adeus.
Ela sai do quarto, enquanto pega suas roupas jogadas descuidadamente ao chão. Ele continua deitado, apoiado agora sobre os cotovelos, resmungando baixinho sobre as mulheres. Por um momento joga o lençol para o lado, e pensa em ir atrás dela. Mas, pensa que não tem culpa de nada. Aquilo, nada mais era do que coisa da cabeça de mulher. Já, já, ela volta, toda melosa.
Assim, deitou-se, e esperou. Ouviu um baque. A porta. Será que era verdade? Será que ela fora embora? Ah, mulher dá muito trabalho, eita tipinho carente! Deixa, eu não fiz nada. Ela que volte, e ai se não se desculpar. Virou-se, então, para o lado, todo emburrado e esperou, até adormecer.
É, Jorge, vai esperando... Mas espera cochilando mesmo. Porque aquele tipinho, não volta mais.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
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Um comentário:
Gostei do seu blog(de verdade)
Vou voltar mais vezes, tem muita coisa legal para ler.
http://noitesroubadas.blogspot.com/
(o meu)
bjo
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