O amanhecer

Existem pessoas que não acreditam em fadas porque um dia lhes falaram que elas não existiam. Mas, há pessoas que acreditam em fadas justamente porque lhes falaram que elas não existiam. Qual delas é você? A magia está entre nós, basta querer vê-la.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A descoberta

Era a primeira vez que Hina ia para a cidade. Seus pais estavam alegres em poder lhe dar este presente em seu aniversário de sete anos. A vida na fazenda não era fácil, mas era bem agradável. Uma vida simples, como deve ser, repleta de amor e ternura.

Os donos da fazenda haviam chegado há poucos dias, e estavam tão alegres com o nascimento do jovem Pedro que resolveram presentear os bons caseiros, que há anos tomavam conta da casa no interior, com uma noite no festival que acontecia anualmente na cidade mais próxima.

Todos se arrumaram, como há muito não faziam. A pequena Hina ficou um charme, a mãe simplesmente maravilhosa, e o pai mal cabia em si de orgulho da própria família. Os donos da fazenda, embora mais endinheirados eram simples e bons. Durante a breve viagem a menina ficou a balançar no carro chique, ouvindo a conversa dos adultos, e uma música suave. Por hora adormecia, por hora observava as estrelas lá fora, perdidas na noite clara e tranquila.

Quando se aproximaram da cidade, seus olhos brilharam, seu coração acelerou-se. Viu de longe grandes luzes, uma multidão, e enfim o carro parou. O local estava cheio de gente, pessoas belas, que ela nunca vira. O ar enchia-se com o som da música, com o cheiro das comidas, com as vozes das pessoas. A noite não era mais tão vazia.

Era tudo alegria, andou e brincou a noite toda. Comeu doces e salgados que nunca provara, tivera a coragem de ir em grandes brinquedos nunca imaginados. Os adultos se divertiam tanto com ela, adoravam ver aquele olhar brilhante e aquele sorriso único.

Por fim, já noite alta, era hora de voltar para casa. Estava tão cansada que nem se importou em ter que deixar a diversão que nunca tivera. Voltou para os braços do pai, e foi gingando até sua cama. Lá deitada, com a porta entre aberta, ouvia ainda os risos dos pais que conversavam, pela janela via as últimas estrelas, até elas riam-se.

Aquilo era a pura alegria, era a primeira vez que a magia acontecia com tanta grandeza.

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