O amanhecer

Existem pessoas que não acreditam em fadas porque um dia lhes falaram que elas não existiam. Mas, há pessoas que acreditam em fadas justamente porque lhes falaram que elas não existiam. Qual delas é você? A magia está entre nós, basta querer vê-la.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Max

Sua vida era simples e deliciosa. Desde pequeno estava naquela mesma família que o amava indiscriminadamente. No início eram mais apegados, falavam com ele de um jeito estranho, com a voz fina e cheia de ondas. Todos corriam com ele e ao seu redor. Era tudo festa. Seus erros eram vistos com surpresa e risos, o pegavam no colo e o abraçavam.

Depois, mudaram um pouco. Seus erros eram repreendidos mais gravemente, mas era tudo tão bom. Saiam para passear, brincavam com ele, o chamavam, o perturbavam, estavam sempre presentes. Mas, por vezes ele sofria e se preocupava com eles.

Sentia em seu íntimo os problemas. Vira as crianças crescendo. Vira a mãe chorar certa vez, queria tanto pedir para que ela parasse, declarar seu amor incondicional, dizer que ficaria tudo bem no final. Mas, não era possível. Fazia o que podia. Ficava sempre por perto, mostrava-se feliz, tentava fazer gracinhas para anima-los. E também sentia que eles o entendiam.

Agora o olhavam com uma ternura maior. Afinal, o tempo passa, não é? Por fim, ele estava cansado. Não de brincar, de comer, de correr, de amar aqueles que o cercavam. Mas, cansado de se conter, de querer fazer algo e não conseguir. Era triste, por quê, ele se perguntava, o que estava acontecendo... Não entendia.

Suas últimas lembranças foram os olhos repletos de lágrimas daqueles que ele tanto amava, e os sorrisos de gratidão por todos aqueles momentos mágicos que dividira com eles. Ele sabia que aquele amor iria durar para sempre, e que eles iam ficar bem, mesmo sem ele por perto para garantir. Que eles só queriam o melhor para ele, e naquele momento não havia mais o que fazer, senão proporcionar um bom e merecido descanso.
E assim ele se foi.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

AF

Ela chega em casa depois das aulas no turno da noite. Tudo era uma grande enganação, um grande caos.
Os sentimentos se misturavam e se intensificavam nela cada vez mais fácil. Tudo era uma grande salada.
Não havia ninguém interessante na faculdade naquela noite. Seu querido não fora para a aula e ainda não ligara para ela, suas amigas, por vezes desapareciam do mapa.
Foi, voltou, ninguém percebeu que realmente estivera lá. A não ser talvez, quando gritava que estava presente para a professora.
Entrou na internet e nada. Um grande vazio estava rondando-a. O pior quando estes vazios acontecem?
Fazem a pessoa pensar. Pensar que os outros só ligam quando não tem nada melhor para fazer, porque nas horas boas, nem atendem o celular, e é óbvio que tal regra nunca se aplica a si mesma.
Entrou no e-mail e só havia coisas chatas e anúncios de coisas perdidas. Por quê raios as próprias pessoas não se perdem?
Entrou no chat e só tinha pessoas desinteressantes.
No resto?Ah, nem valia a pena entrar.
Sabe, outro problema é as pessoas não terem o menor censo de realidade. Estas pessoas não tem amigos? Por quê estes não falam para aquelas caírem na real?
Pq, sabe, na real, isto tudo me irrita. Principalmente quando eu não tenho coisas que queira fazer.FATO

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Início?

Sabe aquele começo que começa sempre, todos os dias, incessantemente? Sabe o que é olhar a escurisão até que uma pequena luz se inicia, e então o céu, comovido, vai se vestindo, se arrumando, se tingindo. Do negro estrelado, ao azul escuro, ao azul claro, ao branco, ao vermelho,ao amarelo, ao rosa... Só a lua, em sua vaidade não some. Este sentimento de que tudo torna, como o mar, esse acreditar que tudo sempre tornará, que basta apenas esperar um momento. É esse o sentimento, é esta a beleza escondida entre as páginas.